sábado, 18 de outubro de 2014

FORMAÇÃO ALEATÓRIA DE UMA PROTEÍNA HIPOTÉTICA

Se você sabe o que são proteínas, como ocorre a biossíntese das mesmas, sabe o que significa evolução química, e os princípios básicos de probabilidade, então pode começar direto na seção VI.


Os principais resultados da analise feita neste texto são apresentados na seção VI. Este artigo é baseado no trabalho de A. J. White [6]. As principais contribuições apresentadas em relação ao artigo de White [6] são: a suposição de uma taxa extremamente alta para a formação da proteína hipotética, e a manutenção da fonte de aminoácidos após o esgotamento da fonte original.


I - O que são Proteínas

“Proteínas são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais cadeias de aminoácidos. As proteínas estão presentes em todos os seres vivos e participam em praticamente todos os processos celulares, desempenhando um vasto conjunto de funções no organismo, como a replicação de ADN, a resposta a estímulos e o transporte de moléculas. Muitas proteínas são enzimas que catalisam reações bioquímicas vitais para o metabolismo. As proteínas têm também funções estruturais ou mecânicas, como é o caso da actina e da miosina nos músculos e das proteínas no citoesqueleto, as quais formam um sistema de andaimes que mantém a forma celular. Outras proteínas são importantes na sinalização celular, resposta imunitária e no ciclo celular. As proteínas diferem entre si fundamentalmente na sua sequência de aminoácidos, que é determinada pela sua sequência genética e que geralmente provoca o seu enovelamento numa estrutura tridimensional específica que determina a sua atividade.” [1]

“As proteínas são nutrientes essenciais ao corpo humano.” [1] e [2] "Enquanto a maior parte dos microorganismos e das plantas são capazes de biosintetizar todos os vinte aminoácidos-padrão, os animais, incluindo os seres humanos, necessitam de obter alguns dos aminoácidos a partir da dieta alimentar.” [1] e [3] “Isto deve-se à ausência nos animais de algumas enzimas-chave que têm como função sintetizar esses aminoácidos.”[1] Os vinte aminoácidos-padrão são mostrados na fig. 1.



II Como Ocorre a Biossíntese das Proteínas

“As proteínas são produzidas a partir de aminoácidos usando informação codificada nos genes. Cada proteína tem a sua própria sequência de aminoácidos que é especificada pela sequência de nucleótidos do gene que codifica a proteína. O código genético é um grupo de conjuntos com três nucleótidos cada um, denominados codões. Cada uma das combinações de três nucleótidos designa um aminoácido. Por exemplo, AUG (adenina-uracilo-guanina) é o código para a metionina. Uma vez que o ADN contém quatro nucleótidos, o número total de codões possíveis é de 64. Por este motivo, existe alguma redundância no código genético, havendo alguns aminoácidos que são especificados por mais de um codão. Os genes que são codificados no ADN são inicialmente transcritos para pré-ARN mensageiro (ARNm) por proteínas como a ARN-polimerase. A maior parte dos organismos processa em seguida o pré-ARNm, usando várias formas de modificação pós-transcricional, formando assim o ARNm amadurecido, o qual é então usado como molde para a síntese proteica feita pelo ribossoma. Nos procariontes, o ARNm tanto pode ser utilizado assim que é produzido, como ser ligado a um ribossoma depois de se ter afastado do nucleoide. Por outro lado, os eucariontes produzem ARNm no núcleo celular, o qual é depois translocado através do envelope nuclear para o citoplasma, no qual se dá a síntese proteica. A velocidade de síntese proteica é maior nos procariontes do que nos eucariontes, podendo atingir os 20 aminoácidos por segundo.” [1] e [4]

“O processo de síntese de uma proteína a partir de um molde de ARNm é denominado tradução. O ARNm é carregado no ribossoma, no qual são lidos três nucleótidos de cada vez. A leitura é feita fazendo corresponder cada codão com o seu anticodão situado numa molécula de ARN transportador (ARNt), a qual transporta o aminoácido correspondente ao codão por si reconhecido. A enzima aminoacil-tRNA sintetase carrega as moléculas de ARNt com o aminoácido correto. As proteínas são sempre sintetizadas a partir do N-terminal em direção ao C-terminal.” [1]


III Tamanho das Proteínas

“O tamanho de uma proteína sintetizada pode ser medido através do número de aminoácidos e da sua massa molecular total, valor que é geralmente expresso em daltons (Da), sinónimo de unidade de massa atómica. As proteínas das leveduras, por exemplo, têm em média um comprimento de 466 aminoácidos e 53 kDa de massa.” [1] e [5] “As maiores proteínas conhecidas são as titinas, com quase 3000 kDA de massa molecular de 27 000 aminoácidos de comprimento” [1] e [6].



IV Evolução Química

Evolução Química é um termo que “passou a indicar os acontecimentos químicos que tiveram lugar na primitiva Terra prebiótica (cerca de 4,5 a 3,5 bilhões de anos atrás), levando ao aparecimento da primeira célula viva”. [6] e [7]

Miller em 1953 [8] produziu glicina, alanina a e b, ácido aspártico e ácido butírico a-amino, a partir de uma mistura de metana, amônia, vapor d’água e Hidrogênio, utilizando radiação de alta energia Fig. 2. Lemmon resume o resultado de todas as experiências sobre evolução química realizadas até março de 1969, da seguinte maneira: [6]

“As moléculas orgânicas mais importantes (biomonômeros) dos sistemas vivos foram enumeradas como os vinte aminoácidos das proteínas naturais, as cinco bases do ácido nucleico, a glucose, a ribose e a desoxirribose. As experiências de laboratório efetuadas sob condições claramente condizentes com as condições prováveis existentes na Terra primitiva resultaram no aparecimento de pelo menos 15 dos 20 aminoácidos, 4 das 5 bases de ácido nucleico, e 2 dos 3 açúcares. Adicionalmente, foram observados representantes de nucleosídeos, nucleotídeos, ácidos graxos e porfirinas biologicamente importantes. Essa pesquisa tornou claro que esses compostos ter-se-iam acumulado na Terra primitiva (prebiótica), e que a sua formação é o resultado inevitável da ação das altas energias disponíveis na primitiva atmosfera terrestre.” [6] e [7].

“Com os resultados de tais experiências em mente, os cientistas afirmam que no decorrer do tempo tais moléculas orgânicas sem vida tornaram-se associadas num organismo vivo, por obra do acaso.” [6] e [9]


Figura 2: Produtos obtidos na experiência de Miller, Fig. 1 de [6].

Figura 3: Blocos de construção do DNA, Fig. 2 de [6].


V Princípios Básicos de Probabilidade

Um experimento aleatório é aquele que produz um resultado imprevisível. Por exemplo, o lançamento de um dado “não viciado” produzirá apenas um de seis resultados possíveis. Entretanto, não podemos dizer qual dos seis acontecerá.

Ao lançarmos o mesmo dado 10 vezes, em cada lançamento existe a probabilidade de ocorrer qualquer um dos seis resultados. O número total de eventos, dentro do espaço amostral de 10 lançamentos do mesmo dado, pode ser determinado pelo principio fundamental da contagem:

N = 6 x 6 x 6 x 6 x 6 x 6 x 6 x 6 x 6 x 6 = 610 = 60.466.176

Agora, qual é a probabilidade de em 10 lançamentos ocorrer um evento especifico como por exemplo: E1 = (0,0,0,0,0,0,0,0,0,0); ou E60.466.176 = (6,6,6,6,6,6,6,6,6,6); ou um outro qualquer como EX = (0,1,2,2,0,6,4,3,5,0);

Onde mudando a posição de qualquer elemento do evento, o mesmo perde sua identidade, ou seja:

(0,1,2,2,0,6,4,3,5,0) ≠ (1,0,2,2,0,6,4,3,5,0)

Esta probabilidade em porcentagem é justamente:

(1/60.466.176) x 100 % = 0,00000165%

A probabilidade de que o evento especifico não ocorra é de:

(100 - (1/60.466.176) x 100) % = 99,999998%

EX = (0,1,2,2,0,6,4,3,5,0);

Podemos considerar dois eventos simétricos como sendo o evento equivalentes:

(0,1,2,2,0,6,4,3,5,3) = (3,5,3,4,6,0,2,2,1,0)


Neste universo nem todos os eventos possuem um espelho simétrico como por exemplo E1 = (0,0,0,0,0,0,0,0,0,0) e E60.466.176 = (6,6,6,6,6,6,6,6,6,6). Mas se considerando que cada evento possua um equivalente simétrico, a probabilidade de sucesso aumenta em 100%: 

(2/60.466.176) x 100 % = 0,00000331%


VI Formação ao Acaso de uma Proteína Hipotética

Vimos na seção III que as proteínas das leveduras têm em média um comprimento de 466 aminoácidos e as maiores proteínas conhecidas tem 27.000 aminoácidos de comprimento. Vamos examinar a probabilidade de formação aleatória (ao acaso) de uma proteína de 100 aminoácidos.

Esta proteína precisa ser formada numa sequência especifica a partir dos 20 aminoácidos descritos na seção I.

Isto resulta em 20100 ou 10130 configurações possíveis.

A hidrosfera terrestre [6] e [10] tem dimensão de aproximadamente 1,37 x 109 Km3. Usando a hipótese de que a densidade da água seja 1 g/cm3, e que 1 molécula de água pese 3 x 10-23 g. A hidrosfera contém cerca de 1047 moléculas [6].

Vamos supor que o oceano terrestre prebiótico tivesse as mesmas dimensões da atual hidrosfera [6]. Mas ao invés de conter 1047 moléculas de água, contivesse 1047 moléculas de cada um dos 20 aminoácidos, vamos arredondar para l049 moléculas no total.

Isto seria um caldo primordial super concentrado (100% de matéria orgânica). De acordo com os evolucionistas químicos em 3 x 108 anos formar-se no oceano uma solução de 1% de matéria orgânica [6] e [11].

Da seção II sabemos que as maiores velocidades de síntese proteica pode atingir os 20 aminoácidos por segundo [1] e [4]. Vamos supor uma super-velocidade de formação de 100 aminoácidos a cada 10-21 segundos. Um período quase 1011 vezes menor que o período da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133, que é de aproximadamente 1,1 x 10-10 s [12].

Com os 1049 aminoácidos a disposição combinando-se a taxa de 100 aminoácidos a cada 10-21 s teremos 1049/100(10-21) = (1068) proteínas por segundo.

Ou seja, em menos de um segundo toda a fonte de 1049  moléculas de aminoácidos se esgotaria. Na verdade extrapolando a quantidade inicial em 1017 vezes.

Podemos supor por absurdo que haja uma fonte constante dos aminoácidos que consiga suprir moléculas a esta taxa de combinação, possibilitando a continuação da formação das cadeias de 100 aminoácidos. Outra suposição poderia ser que ao final de cada segundo todas as proteínas formadas fossem totalmente decompostas nos aminoácidos. E novamente no inicio do próximo segundo todas as moléculas iniciais estivessem novamente disponíveis para continuar a formação das demais configurações.

Um ano tem cerca de 3 x 107 segundos, ou, arredondando-se, 108 segundos. Assim, seriam formadas cada ano (1076) proteínas com 100 aminoácidos.

Embora variem as cosmologias, muitos evolucionistas sustentam que a Terra se condensou de uma nuvem de poeira há cerca de 4,5 a 4,8 x 109 anos ou 4,8 bilhões de anos [6] e[13]. Supomos que fosse (1010 anos) 10 bilhões de anos. Ter-se-iam formado (1086) proteínas de 100 aminoácidos.

(1086) ainda é (1044) vezes menor do que as 10130 configurações possíveis.

Ou seja, 1/(1044) é a chance que uma simples proteína de 100 aminoácidos forme-se ao acaso (aleatoriamente) em (1010 anos) 10 bilhões de anos.

Isso a partir de todos os oceanos da Terra compostos de tão somente daqueles 20 aminoácidos. Mais absurdo usando uma segunda fonte inesgotável visto que toda matéria dos oceanos se esgotariam em menos de 1 segundo aquela taxa de combinação, sem falar  na velocidade ultra-fisicamente-impossível desta taxa de combinação)!

Esperança de sucesso de formação ao acaso daquela proteína especifica é de:

(10-44) x 100% = 0,000000000000000000000000000000000000000001%

Probabilidade de insucesso:

(1-10-44) x 100% = 99,99999999999999999999999999999999999999999%

Podemos considerar como na seção V a cadeia simétrica e a probabilidade de sucesso melhoraria em 100%. Mas ao invés disso podemos considerar que haja não apenas as cadeias simétricas, mas algumas outras sequencias aceitáveis para a tal proteína. Vamos supor que haja 10 trilhões de combinações aceitáveis, ou seja 1013. Neste caso a probabilidade de sucesso seria:

(10-31) x 100% = 0,00000000000000000000000000001%

Até aqui podemos afirmar que com todas as suposições mais do que favoráveis a formação aleatória da nossa proteína hipotética, não foi possível chegar a um valor que possa ser considerado razoável de probabilidade de sucesso.    


Conclusão

Quanto maior e mais complexa a molécula, menor a probabilidade de formação ao acaso da mesma. Por exemplo, o que dizer da probabilidade de formação ao acaso de uma molécula de DNA?

É preciso muita boa vontade para continuar acreditando que no decorrer do tempo tais moléculas orgânicas sem vida tornaram-se associadas num organismo vivo, por obra do acaso.

E uma pergunta fica no ar: Por que o PRINCIPAL ingrediente de tais teorias é MUITO TEMPO? Abordamos mais sobre esta questão em [14].



Referências

[1] M. João, et al, "Proteína," Wikipedia: The Free Encyclopedia. Wikimedia Foundation, Inc. http://pt.wikipedia.org/wiki/Proteína (acessado em 18 de Outubro de 2014)
[2] Hermann, Janice R.. (1995). "Protein and the Body". Oklahoma Cooperative Extension Service, Division of Agricultural Sciences and Natural Resources • Oklahoma State University: T–3163–1 – T–3163–4.
[3] Voet, D; Voet JG. Biochemistry. 3ª ed. Hoboken: Wiley, 2004. vol. 1. ISBN 978-0470917459</ref>
[3] Dobson, CM. In: Pain RH (ed.). Mechanisms of Protein Folding. Oxford, Oxfordshire: Oxford University Press, 2000. 1–28 pp. ISBN 0-19-963789-X
[4]Lodish, H. Molecular Cell Biology. 5th ed. New York, New York: WH Freeman and Company, 2004.
[5] Fulton, A. (1991). "Titin, a huge, elastic sarcomeric protein with a probable role in morphogenesis". BioEssays 13 (4): 157–61. DOI:10.1002/bies.950130403. PMID 1859393.
[6] A. J. (Monty) White, "UNIFORMISMO, PROBABILIDADE E EVOLUÇÃO", em 08-03-2006, Fonte: Sociedade Criacionista Brasileira: http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC04-21a30.asp 
[7] Lemmon, Richard M. 1970. Chemical evolution, Chemical Reviews, 70:95-109.
[8] Miller, S.L. 1953. A production of aminoacids under possible primitive earth conditions. Science, 117:528-529.
[9] Barghoorn, Elso S. 1971. The oldest fossils, Scientific American, 224 (5):30-42.
[10] Water (in) Van Nostrand's Scientific Encyclopedia. 1947. D. Van Nostrand Company, Inc. New York.
[11] Shklovskii, I. S. and C. Sagan. 1966. Intelligent life in the universe. Holden-Day, Inc., San Francisco, Calif., p. 233.
[12] Resnick: Física 1, 4ª  edição pg 3.
[13] Tilton, G.R. and R.H. Steiger. 1965. Lead isotopes and the age of the earth, Science, 150:1805-1808.
[14] de Moraes Cruz, C. A. “Além da Ttríade Espaço, Tempo, e Matéria”. 18 de Set. 2014. (http://em144horas.blogspot.com.br/2014/09/alem-da-triade-espaco-tempo-e-materia_18.html)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ALÉM da TRÍADE ESPAÇO, TEMPO, e MATÉRIA

Introdução

Pense nisso: existe mais coisa lá fora do que os nossos olhos podem ver e do que a nossa mente pode conceber.

O ser humano enquanto ser vivente no reino físico está imerso, ou aprisionado, nas propriedades do próprio reino físico conhecidas com ESPAÇO, TEMPO, e MATÉRIA. Nossos sentidos e percepções também ficam aprisionados a esta tríade e desta forma fica muito difícil para o ser humano conceber qualquer coisa fora desta "prisão", mais ou menos como o mito da caverna de PLATÃO [1].

Ao fazer estas afirmações não estou dizendo que compreendo algo além do reino físico, mas a visão que aqui apresento está fortemente relacionada a minha visão de mundo de que existe muito mais coisa além do reino físico. Particularmente chamo aquilo que considero estar além do reino físico de "reino espiritual", mas aqui vou tentar me limitar a minha visão com relação ao reino físico.

Percepções Polarizadas e Limitadas

Dentro da prisão espaço, tempo, e matéria nossos sentidos e percepções são polarizados por estas propriedades do reino físico, e também todas as nossas ferramentas intelectuais de analises como modelos teóricos e visões de mundo que concebemos também estão polarizadas por esta tríade.

Por exemplo, uma pessoa desprovida das ferramentas adequadas de analise olha para o horizonte e contempla uma terra plana. Neste caso tal individuo não terá subsidio intelectual para conceber que o planeta Terra tem um formato razoavelmente esférico. Hoje em dia diríamos que esta visão é no mínimo medieval, pois o senso comum é de que a terra é redonda. Mesmo que a maioria de nos nunca tenha voado alto o bastante para realmente contemplar o formato esférico do planeta. Mas ACEITAMOS esta afirmação pela imensa quantidade de fotos, filmes, e outas informações e afirmações que chegam até nós. Mas ainda assim quando olhamos para o horizonte vemos uma superfície razoavelmente plana.

Muitos de nós ao olharmos para o céu nos perguntamos ser existe vida lá fora, e principalmente se existe vida inteligente. E alguns fazem cálculos estatísticos e chegam à conclusão de que é irrazoável, ou mesmo irracional, não conceber a existência de vida lá fora devido à quantidade inumerável de estrelas e galáxias vistas no céu. E dai nascem varias teorias e paradoxos, como o de FERMI [2], devida a nossa falta de resposta e evidencias para tal questão.

As diversas teorias existentes a este respeito envolve um INGREDIENTE da nossa percepção física, o TEMPO. Por exemplo, muitos acreditam existir lá fora civilizações, ou povos, muito mais avançados do que à raça humana em relação a vários aspectos, como o tecnológico, moral, social, etc. E para explicar o “suposto êxito, ou sucesso” destes povos extraterrestes em relação a nos mesmos a explicação mais recorrente é: MUITO TEMPO de existência anterior à raça humana, mais especificamente milhões e bilhões de anos da nossa escala temporal.

Ok eu sou um dos que acreditam em povos extraterrestres.
Mas por que supor que estes povos tenham uma estrita relação e ou dependência com o espaço, tempo, e matéria como a que nos temos?

Por que supor que sua existência também depende das mesmas propriedades físicas desta tríade da forma que dependemos?

Por que necessariamente recorrer à hipótese de um longo período de tempo para eles supostamente chegarem ao nível de desenvolvimento existencial que eles supostamente estão?

Simplesmente porque, para a nossa civilização, passou a ser senso comum que muito tempo é um ingrediente necessário para, por exemplo, o desenvolvimento tecnológico de uma sociedade, processos adaptativos dos seres vivos a determinada condição de ambiente, etc. E o tempo faz parte das características do reino físico ao qual estamos presos. Assim nossa percepção de mundo e concepções daquilo que ocorre ao nosso redor e “lá fora nos outros mundos” ficam polarizados e limitados por esta propriedade do reino físico.

Limites para Espaço, Tempo, e Matéria

Aqui sugiro que, assim como a nossa existência física é intrinsecamente dependente do espaço, tempo, e matéria, esta tríade pode ser nossa limitação intelectual para conceber o mundo lá fora além desta prisão necessária para a nossa existência no reino físico.

Assim se formos capazes de conceber um ambiente além do reino físico onde espaço, tempo, e matéria sejam entidades ou propriedades irrelevantes, podemos começar romper com parte destas limitações intelectuais. E neste ambiente onde esta tríade passa a ser irrelevante podemos olhar para o reino físico como um casulo, que é necessário somente enquanto algo esta sendo gerado dentro dele, mas que depois passa a ser simplesmente desnecessário ou descartável. E assim seria possível conceber limites como “início e fim” para tempo, espaço, e matéria [3]. 

Neste novo possível cenário que vai além daquilo que podemos perceber com nossos sentidos e experiências no reino físico, o ambiente ao nosso redor passa a ser visto de outra forma, os parâmetros de comparação mudam, e novas ferramentas de analise surgem. Assim alguns conceitos que hoje são do senso comum e que polarizam e limitam nossas percepções cairiam por terra como, por exemplo: primitivo, antigo, moderno, avançado, etc. E teríamos assim novos subsídios para realizar analises e proferir conclusões.

Além do Invisível

Conceber explicações para o mundo lá fora em termos simplesmente de espaço, tempo, e matéria é como olhar para o horizonte contemplar a planicidade da superfície do planeta, e aceitar que a terra é plana. Não digo que é primitivo aceitar isto, mas sim que é uma concepção limitada pelas ferramentas inadequadas de analise de determinado individuo em determinado momento da historia.

Se algum dia num futuro próximo ou distante o homem for capaz de construir equipamentos que sejam capazes de enxergar além desta prisão física, então poderemos dizer o quão limitada estava a nossa visão do mundo lá fora, ou mesmo aqui dentro. Assim como era a cerca de uns 200 anos atrás quando a radiação infravermelha não era conhecida e nem existiam instrumentos para detecta-la. Nesta época esta radiação já existia e estava presente na vida do ser humano, mas passava despercebida. Hoje podemos, através de sensores específicos, enxergar o infravermelho e ver parte do invisível.

[1] J. Garden. O mundo de Sofia;
[2] O Paradoxo de Fermi. disponível em http://gizmodo.uol.com.br/paradoxo-fermi/ (acessado em 18/09/2014).
[3] The Holy Bible (King James Version 1611)

PERCEPÇÃO vs SUGESTIBILIDADE (SUGESTIVIDADE)

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

Chamaremos de informações ou ideias sugestivas aquelas que, segundo a capacidade intelectual de analise e julgamento do individuo, apresentam-se em primeira impressão com altíssimo teor de razoabilidade. Sem uma analise profunda e detalhada, estas informações ou ideias são extremamente persuasivas. Mas que após uma analise profunda e detalhada podem não ser mais tão razoáveis quanto na primeira impressão.


Por outro lado informações e ideias não sugestivas são aquelas mais abstratas, e que necessariamente precisam de uma analise profunda e detalhada para avaliação de razoabilidade.


O ser humano possui a tendência natural de aceitar, sem grandes resistências, informações e ideias sugestíveis a sua percepção intelectual e ou sensorial do que aquelas que exigem um nível maior de abstração. Na ausência de um termo mais adequado, chamaremos de sugestibilidade ou sugestividade o grau qualitativo de persuasão com o qual uma informação ou ideia se apresenta para um determinado individuo. A sugestividade ou grau de persuasão de uma informação ou ideia depende principalmente da forma como a mesma é apresentada ao individuo, quer por observação do mundo físico, quer por argumentação de terceiros.


Por exemplo, sem observações e analises com grau relativamente alto de abstração, é muito mais fácil conceber a ideia de que o sol gira em torno da terra do que o contrário. Assim como é muito mais fácil conceber a ideia de que a terra é plana do que conceber que esta possui um formato razoavelmente esférico.


A capacidade intelectual de analise e julgamento de cada indivíduo vai sendo treinada, condicionada, redefinida, refinada, e polarizada ao longo de sua vida de acordo com suas experiências pessoais e principalmente de acordo com as ferramentas de analise que este indivíduo aprendeu ou se acostumou a utilizar ao longo de seus anos.


Chamo aqui de “ferramenta de analise” qualquer método que envolva raciocínio mental, complexo ou não, que um indivíduo qualquer utilize para julgar a razoabilidade de uma informação ou ideia.


----------------------------------------------------------------------------------------------------------


É muito comum julgarmos as informações segundo aquilo que fomos ensinados e simplesmente passamos a aceitar ou acreditar, sem nunca termos tido a curiosidade de verificar experimentalmente tal informação.


De forma inconsciente ou não, quando adotamos uma informação como razoável, esta se torna naturalmente um PRESSUPOSTO para analises e julgamentos futuros de questões que tenham qualquer relação com esta informação. PRESSUPOSTOS são hipóteses ou suposições tomadas ou aceitas como verdadeiras com ou sem prova.


Fora do universo lógico IDEAL onde os limites para inferir que algo é VERDADEIRO ou FALSO são muito bem definidos, como no caso de afirmar que três unidades somadas a outras sete unidades resulta em dez unidades, o ser humano não tem capacidade, como ser vivente dentro do reino físico, de demonstrar uma afirmação com certeza absoluta para outro ser humano. Isto por conta de falta de Onisciência de ambos.


Portanto fora deste universo lógico ideal da mente humana, a investigação experimental “detalhada e minuciosa” é a única forma racional que o ser humano possui de validar as informações, ideias, teorias e modelos matemáticos concebidos e ou sugeridos pela mente humana, para explicar o mundo físico ou qualquer coisa que aconteça neste.


Todavia, os métodos investigação experimental, geralmente possuem um grau razoavelmente elevado de abstração, criando desta forma uma barreira gigantesca para a maioria das pessoas. Restando desta forma a opção mais simples de todas, aceitar ou não tal informação ou ideia.


Desta forma o individuo se acostuma a aceitar as informações ou ideias mais sugestivas aquilo que sua mente é capaz de julgar, e nunca se dará ao trabalho de validar ao menos para si tal informação ou ideia. Um exemplo disso é o fato de a maioria de nós simplesmente aceitar a informação de que A TERRA É REDONDA, e repetir esta informação com um simples mantra, e nunca nos darmos ao trabalho de validar experimentalmente tal informação.


A concepção da informação de que a terra é redonda requer a percepção de informações do reino físico que sugiram isto. Um exemplo de tal informação seria a observação de que ao se afastarem da costa, os navios começam a desaparecer no horizonte de baixo para cima, ou seja, primeiramente o casco e por ultimo o mastro. Outro exemplo de tal informação é conhecendo-se a distância latitudinal entre dois lugares diferentes no mesmo hemisfério da superfície da terra, verificar numa determinada época do ano, num determinado horário do dia, a diferença do ângulo da sobra, produzida pelo sol, de um determinado objeto e usar geometria para calcular a circunferência da terra, como fez Eratóstenes no século 3 a.C.       


A nossa percepção do mundo físico é a principal fonte de inspiração para as ideias e teorias criadas pela mente humana. Podemos dizer que a percepção é a porta de entrada das informações do reino físico para a mente humana.


Partindo-se sempre do PRESSUPOSTO que as leis físicas básica da natureza permanecerão inalteradas.


Mesmo nos meios mais científicos mais especializados as etapas básicas de trabalho são as seguintes: 


1) percepção de uma informação sugestiva que produz uma ideia;

2) analise e julgamento da razoabilidade de tal ideia produzindo um modelo teórico;
3) verificação experimental para validação de tal modelo e ideia;  

A concepção de um modelo teórico em si, implica que o cientista acredita na razoabilidade de uma determinada ideia ou teoria, que lhe foi sugerida por uma dada informação percebida no reino físico. Mas ao menos que este cientista verifique tal modelo teórico experimentalmente, não tem outra opção a não ser crer que o mesmo é razoável.


As duas primeiras etapas são trabalhadas diariamente nas escolas e universidades. Mas a maioria esmagadora dos estudantes nunca se dará ao trabalho de realmente validar experimentalmente aquilo que lhes foi ensinado. Até porque a maioria dos aparatos experimentais necessários para validação da maioria dos modelos teóricos, ensinados nas academias, são complexos, caros, e inacessíveis à maioria dos estudantes. Desta forma só resta à maioria crer na razoabilidade sugerida por tais modelos.


E simplesmente aceitando a razoabilidade sugerida por tais modelos podemos realizar projetos de engenharia fantásticos. E se estes projetos forem executados fisicamente dentro das margens de erro previstas no modelo, então funcionarão de forma adequada, a menos que a leis físicas da natureza mudem sem aviso prévio.


Um grande paradoxo para a razão humana é que nenhuma verificação experimental produz resultados 100% exatos e inquestionáveis, como nos modelos matemáticos teóricos. Isto força a ciência racional a depender de ferramentas estatísticas para avaliação de resultados experimentais. E mais uma vez não temos outro opção a não ser simplesmente ACREDITAR, ou não, em informação sugestiva como médias e desvios padrões.


Mas o pior de tudo é que nunca seremos capazes de afirmar que da próxima vez que um experimento for realizado este produzirá um resultado ao menos próximo do previsto dentro do modelo teórico, mesmo com todos os cuidados necessários para minimizar as chances de falhas. Isto porque dependemos, no mínimo, que as chamadas leis físicas da natureza permaneçam inalteradas, mas também não somos capazes de afirmar que as mesmas permanecerão como tal. Então mais uma vez temos que acreditar que as leis físicas da natureza permanecerão como acreditamos que estão durante todo o processo experimental.


Os modelos teóricos das leis físicas da natureza levam em consideração os efeitos que percebemos e ou que somos capazes de mensurar com equipamentos específicos.

CRISTIANISMO uma APOSTA no POR VIR

A falta de Onisciência do ser humano faz com que sejamos seres dependentes de FÉ para tudo que precisamos fazer durante esta vida.

Para muitas pessoas a palavra FÉ esta relacionada com habilidades para executar ações consideradas sobrenaturais ou impossíveis. Por exemplo: ter fé para andar sobre as águas. De forma especifica a fé também abrange operações milagrosas ou sobrenaturais. 

Num sentido mais amplo a FÉ pode ser definida como: "expectativa, ou esperança pelo acontecimento de eventos futuros sobre os quais não temos controle parcial e ou total, e nem conhecimento perfeito ou imperfeito sobre suas causas". Sendo assim a FÉ pode ser vista como um simples ato de APOSTAR em um evento futuro, ou no por vir.

Apostar em eventos futuros, sobre os quais não temos qualquer tipo de controle parcial e ou total, é a mais pura demonstração de fé do ser humano. Por exemplo: Apostar na loteria.

A onisciência, ou conhecimento completo e perfeito de tudo, EXCLUI a necessidade de fé. Mas na nossa condição precisamos de fé até para ACREDITAR que conhecemos algo. Pois na verdade não podemos AFIRMAR, com 100% de certeza, que conhecemos algo completamente, nem a nos mesmos.

Uma condição de contorno básica da COSMOVISÃO Cristã é que: Deus existe, é Auto Existente, e que Jesus nasceu e viveu entre os homens, num determinado instante da historia, realizou o sacrifício remidor, e se tornou o Salvador de todos aqueles que o aceitem.

A Bíblia relata que Jesus declarou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai a não ser por mim. Esta é outra condição de contorno básica da visão de mundo Cristã. Aceitar esta afirmação como verdade é condição necessária para todos os indivíduos que resolveram APOSTAR sua existência no Cristianismo. 

PRESSUPOSTOS

PRESSUPOSTOS são hipóteses ou suposições tomadas ou aceitas como verdadeiras com ou sem prova. Em matemática, física, engenharia, etc, condição de contorno é um pressuposto, uma precondição imposta, considerada lógica e ou razoável, para que um problema que possui infinitas soluções possa ser resolvido dentro de um conjunto limitado de possibilidades.

Estabelecendo-se os limites para o problema, encontraremos um conjunto limitado de soluções dentro do conjunto, espaço, tempo, matéria, dimensão ou dimensões, etc determinado pela (pressuposição) condição de contorno. Isto não impede que outras condições de contorno sejam impostas ao problema original para que outros conjuntos de soluções sejam investigados e ou testados.

De forma análoga ao significado matemático, vamos chamar aqui de condição de contorno aquilo que impõe limites a um determinado problema filosófico, social, científico, religioso, etc que tem infinitas soluções.   

Consideraremos também que todo problema, argumento, procedimento experimental, etc são regidos ou limitados por condições de contorno.

Definiremos então condições de contorno como pontos de referência, ou limites considerados lógicos e ou razoáveis, que são usados como “ponto de partida” na tentativa de encontrar soluções, ou respostas satisfatórias, para as questões que estão sendo examinadas.

Uma condição de contorno pode até ser extremamente persuasiva, mas nunca será 100% inquestionável.

Posto de outra forma: Os argumentos utilizados para influenciar na adoção de uma determinada condição de contorno podem ser extremamente persuasivos, mas nunca 100% inquestionáveis e isentos de necessidade de analises e ou investigações mais profundas.

Uma condição de contorno básica de todos os problemas ou argumento é que: o indivíduo para o qual a questão esta sendo direcionada seja capaz de compreender o que esta sendo proposto para analise. Para isto todos os conceitos utilizados devem estar claros para o indivíduo, e ter a mesma definição para todos os outros indivíduos envolvidos na questão.

Um exemplo genérico de condição de contorno é: SE isto for assim, ENTÃO aquilo assumira determinada forma.

O grande problema para o HOMEM é que devida sua condição de falta de ONISCIÊNCIA, ou conhecimento completo e perfeito de tudo, este não é capaz de propor condições de contorno 100% inquestionáveis. Desta forma só nos resta, a partir de um determinado ponto, aceitar ou rejeitar, completa ou parcialmente, as mesmas.

Desta forma para que uma condição de contorno seja aplicável a um problema esta não precisa ser necessariamente verificável, entretanto esta precisa ser necessariamente aceita. 

O ponto a partir do qual tomar a DECISÃO de aceitar ou rejeitar um ponto de vista, ou uma condição de contorno, é uma questão puramente individual. Você pode até ser impelido a declarar que aceita, mas só o indivíduo é capaz de saber, no seu mais profundo interior, se aceitou ou não esta ou aquela condição de contorno.

A DECISÃO é a ferramenta mais poderosa que o ser humano tem para solucionar seus problemas, e esta esta ligada a consciência, que é considero uma dadiva dada ao homem por Deus. 

A Decisão soluciona as questões mais difíceis da vida. Pois o indivíduo decide o quão profundo pretende ir numa determinada questão.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

FÉ vs ONISCIÊNCIA



A onisciência é capacidade de possuir o conhecimento pleno e perfeito de tudo e sobre tudo. É uma capacidade, até onde consigo compreender, atribuída somente a Deus.

Deus como criador de tudo, é também o criador da consciência humana. 

A consciência é uma capacidade da mente humana que nos permite dentre outras coisas perceber o mundo ao nosso redor, nos percebermos como indivíduos, aprender a interagir com o ambiente, estabelecer uma forma de comunicação com os outros seres humanos, etc. 

Esta capacidade da mente humana, chamada consciência, também nos confere a habilidade de fazer escolhas a partir da tomada de DECISÕES. Uma das facetas da capacidade de tomar DECISÕES é toma-las baseada em expectativas por eventos futuros, baseado na nossa experiência de como percebemos o mundo ao nosso redor.

Tão de longe ou tão de perto, o ser humano pode perceber que mesmo com toda a sua experiência, adquirida durante um longo período de tempo, é incapaz de afirmar com certeza ABSOLUTA que tal evento futuro se consumará. Isto por conta de sua falta de Onisciência. E assim o ser humano toma DECISÕES pelo simples fato de acreditar na consumação de tal evento. 

Esta incerteza “quase absoluta” nos permite de FORMA NATURAL estender nossas expectativas para ALÉM daquilo que já experimentamos, ou conhecemos, ou que temos a capacidade de conhecer, e também baseados neste tipo de expectativa, tomar DECISÕES. E mais uma vez, tão de perto ou tão de longe, o ser humano percebe que só tem duas escolhas: acreditar ou não que algum evento futuro se consumará. 

É também baseado nesta mesma capacidade intelectual, que decidimos acreditar ou não em informações sobre questões ou fatos cujo conteúdo não temos condições de CONHECER perfeitamente. Ou seja, PRATICAMENTE TUDO.

A capacidade humana de tomar DECISÕES baseados no simples fato de ACREDITAR em algo, é o que a Bíblia cristã chama fé: “Hebreus 11:1 - Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. Versão: Almeida Revisada

Por isso a minha definição de FÉ e a seguinte:

A fé é uma dádiva da consciência humana que nos permite acreditar naquilo que não conseguimos ver ou que não temos condições de conhecer perfeitamente.

A onisciência anula a necessidade de FÉ, pois quem precisa de FÉ para ACREDITAR naquilo que conhece perfeitamente, ou sabe perfeitamente o que sucederá. Desta forma a fé só é necessária para seres que vivem num estado de falta de onisciência.